Sem
nada para fazer, já que o clima de festa pelo início da copa está exalando alegria
pelo país, legisladores estão inventando. A moda agora, no Rio, é não poder
entrar em estabelecimentos comerciais, bancos e condomínios usando boné, além
de capuz, gorro ou capacete. O acessório tão popularizado ultimamente ganhou
status de vilão. A justificativa é de que as câmeras de segurança não
identificam um criminoso quando este comete um delito, sendo assim, a proibição
inibiria ações criminosas.
Tem
gente apostando que essa lei vai ser mais uma com o carimbo do ócio, como
foi a que decretou o fim das sacolas
plásticas em supermercados. Deve haver algo mais importante para se pensar
dentro das casas legislativas, é um pouco histérico acreditar que a solução para
a segurança pública passe por um objeto que cobre cabelos ou calvícies. A raiz
da violência está dentro da cabeça, no pensamento adâmico de corrupção, mais
valia e poder.
Além
da ciência do direito, o candidato a juiz precisa se interessar pelo estudo da ética, filosofia, sociologia, psicologia
e outros saberes. As leis são elaboradas pelos representantes do povo, muitos
despreparados e sem condições se elaborar cardápio de lanchonete, e essas
leis serão julgadas pelos cultos
magistrados. Talvez seja por isso que algumas leis “não pegam” no Brasil. Há
ainda a tese do biscoito: O povo não sabe votar porque não tem quem o
represente, ou não tem quem o represente porque não sabe votar?
As
famigeradas câmeras espalhadas por toda a cidade não funcionaram quando sumiram
com o pedreiro Amarildo. As leis absurdas são criadas sem estudo étnico, social
ou religioso. O estado é laico, portanto não há discriminação de credo, então
como negociar com um umbandista, que após uma prática religiosa, tem que fazer
uso de um acessório para cobrir sua cabeça? Aliás, há quem defenda por aí que
as manifestações afro-brasileiras não se constituem em religiões. E que nunca
venham nos visitar as muçulmanas!
Ricardo
Mezavila.
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