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terça-feira, 20 de maio de 2014

O mal é o que sai da cabeça


internet

Sem nada para fazer, já que o clima de festa pelo início da copa está exalando alegria pelo país, legisladores estão inventando. A moda agora, no Rio, é não poder entrar em estabelecimentos comerciais, bancos e condomínios usando boné, além de capuz, gorro ou capacete. O acessório tão popularizado ultimamente ganhou status de vilão. A justificativa é de que as câmeras de segurança não identificam um criminoso quando este comete um delito, sendo assim, a proibição inibiria ações criminosas.

Tem gente apostando que essa lei vai ser mais uma com o carimbo do ócio, como foi  a que decretou o fim das sacolas plásticas em supermercados. Deve haver algo mais importante para se pensar dentro das casas legislativas, é um pouco histérico acreditar que a solução para a segurança pública passe por um objeto que cobre cabelos ou calvícies. A raiz da violência está dentro da cabeça, no pensamento adâmico de corrupção, mais valia e poder.

Além da ciência do direito, o candidato a juiz precisa se interessar pelo estudo da  ética, filosofia, sociologia, psicologia e outros saberes. As leis são elaboradas pelos representantes do povo, muitos despreparados e sem condições se elaborar cardápio de lanchonete, e essas leis  serão julgadas pelos cultos magistrados. Talvez seja por isso que algumas leis “não pegam” no Brasil. Há ainda a tese do biscoito: O povo não sabe votar porque não tem quem o represente, ou não tem quem o represente porque não sabe votar?

As famigeradas câmeras espalhadas por toda a cidade não funcionaram quando sumiram com o pedreiro Amarildo. As leis absurdas são criadas sem estudo étnico, social ou religioso. O estado é laico, portanto não há discriminação de credo, então como negociar com um umbandista, que após uma prática religiosa, tem que fazer uso de um acessório para cobrir sua cabeça? Aliás, há quem defenda por aí que as manifestações afro-brasileiras não se constituem em religiões. E que nunca venham nos visitar as muçulmanas!


Ricardo Mezavila.

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