No
final do documentário sobre a vida de Woody Allen, escritor, diretor, ator e músico,
ele diz: “Desde criança quis ser ator, e fui; quis ser diretor, e fui. Tive
sorte, consegui coisas que imaginava e até as que nunca podia imaginar. Toquei
jazz em New Orleans. Então, por que me sinto um ferrado?”. Meu ilustre
ícone, você se sente um ferrado porque a felicidade não tem limite quando ainda
somos produtivos e capazes de sentir vida dentro da existência.
Atingir
um determinado objetivo não é o suficiente para preencher o que há de
imaginação e sentimento na ligação entre matéria e espírito. A matéria
envelhece com os dias, mas a essência da vida, o perfume do verdadeiro sentido
é o espírito. Dentre tantas tentativas de explicar as razões da psique,
personificação da alma, a ciência fortalece a mística de que somos algo mais do
que sabemos.
Microtúbulos,
ciência quântica, ontologia, são experiências inconclusas que servem para fazer
alguém acreditar que conhece os segredos da vida, pura ilusão. Nada está
comprovado, então podemos acreditar naquilo que pensamos como sendo o mais
lógico dentro da inconsistência, paradoxo ou absurdo.
Vale
tentar acreditar que mesmo que tudo pareça sem sentido, sem graça, que não
vamos chegar a lugar algum, sempre haverá um segundo na frente de outro, que o
outro dia pode se transformar em um outro mundo; o tempo pode resolver saltar
por sobre as montanhas dissonantes e deixar os nossos dias com cara de
festival, cheios de alegria e música.
Andar
sobre tapetes vermelhos, que estão sempre do lado de fora antes da porta
principal, não é nada mais do que um instante, não dura para sempre; assim como
sentir descontentamento não é nada mais do que carência de um olhar mais
positivo e otimista para o momento, para dentro de nós, o lugar em que tudo
realmente acontece.
Ricardo
Mezavila.
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