Antecipando
a convocação oficial das seleções que virão à copa, algumas editoras colocaram
no mercado seus álbuns de figurinhas. Agora que as listas com os nomes dos
convocados estão sendo divulgadas, alguns jogadores que estão no álbum, não
foram chamados para jogar a copa. Ficarão como fantasmas vagando entre os
escolhidos, eminências pardas sorrindo amarelo num canto de página.
Assim
como os que foram sem nunca terem sido, assistimos personalidades públicas da
política ocupando cargos, mas não exercendo as atividades para a qual foram
selecionados. Assim, o país não tem uma tática definida no campeonato da
educação, da saúde, da segurança, da cultura e do emprego. A torcida não vaia
porque está acomodada, recebe ingressos grátis, o “bolsa arquibancada”, o que
garante aos jogadores a certeza da impunidade e a permanecia na série A.
As
figurinhas daqueles que não vão jogar estão infiltradas no álbum e podem
tumultuar o ambiente, organizar um motim, tentar convencer os outros de que não
vale a pena entrar em campo e ser a marionete do espetáculo. Podem iniciar uma
manifestação pública contra os bilhões desviados para as arenas, podem
seqüestrar o craque vaidoso e exigir a derrota como resgate. E não adianta,
elas não vão pedir para sair.
Ainda
faltam alguns dias para o início do engodo, as iscas estão sendo preparadas
pelas bem pagas agências, as caças ingênuas estão ansiosas para morderem o
anzol da publicidade e terminarem na mesa dos anfitriões, os “casacudos” donos
da bola, aqueles que escalam o time, usam a braçadeira e erguem a taça, os
verdadeiros vencedores de tudo o que se passa sob a lona.
Ricardo
Mezavila.
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