Neste ano vão completar cinqüenta e cinco anos desde o meu nascimento, e me dei conta
que há vinte e cinco eu estava vivo há trinta e que daqui a vinte e cinco,
provavelmente, vou estar vivo por oitenta. O número vinte e cinco é determinante
para todos nós, quando completamos essa idade sentimos os primeiros sinais de
que o tempo está passando, tenho a certeza de que você que está lendo agora, se
já completou vinte e cinco ouviu alguma coisa tipo: “Tá completando ¼ de
século, hein!”. Pela primeira vez ficamos de cara com a velhice, mesmo que
seja uma coisa distante.
Vinte
e cinco anos partindo do zero é tranquilo, mas depois dos trinta começa a fazer
efeito, deixa de ser simbólico e começa a ser realidade, o tempo começa
naturalmente a pesar no esqueleto, as
horas depois do sono são acompanhadas de dores lombares, as letras vão ficando
cada vez mais distantes dos olhos. Quando completamos vinte e cinco anos depois
dos trinta temos de nos preparar para a próxima jornada com mais empenho e
menos excessos.
Mas
é bom lembrar que, com todos os cuidados inerentes ao tempo em que deixamos
marcas dos nossos pés no chão da vida,
não podemos nunca ficar isolados dos prazeres, é importante também que a
adrenalina seja lançada na corrente sanguínea de maneira positiva como: O calor
do beijo, a ansiedade de esperar alguém, o primeiro dia no novo emprego, a
consulta na lista do vestibular, a “tortura” nos corredores da maternidade.
Qualquer
que seja a idade, importante é ter qualidade na vida social e pessoal. Se
possível, fazer aquilo que dê prazer, participar do coletivo, ser minimamente
conhecido no local onde mora, cuidar de animais, nunca se internar por conta
própria nos inacabáveis dias de tédio, não ficar tão íntimo dos apresentadores
e da programação das TVs.
Após
o primeiro contato prematuro com a velhice, aos vinte e cinco anos, é comum
outros clichês a cada ano de aniversário. A tão batida, “Já tá dobrando o cabo das tormentas, hein!”,
é uma das mais ouvidas. Mas cabe lembrar que o Cabo das Tormentas também é
conhecido como Cabo da Boa Esperança, que os navegadores ao dobrá-lo perceberam
que havia ligação entre os oceanos Atlântico e Índico e que por ali seria o
caminho ideal para chegar às Índias.
Ricardo
Mezavila
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