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quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Eu sou o punk dentro do museu do índio





Os índios, em 1500, foram expropriados por Cabral. Em 2013 os índios correm o risco de expropriação, por Cabral. Que sina a dos índios! Entre um Cabral e outro, quais foram os benefícios e direitos que eles conquistaram? Só se tem notícia de perdas. Seus territórios foram dizimados e as aldeias viraram guetos. O homem branco com sua cultura foi capitalizando a riqueza natural através da força das leis e, muitas vezes, das armas.

Muitos índios migraram para as cidades e tentam sobreviver como pássaros em cativeiro. A razão pelo qual chegaram até aqui está na desocupação de suas terras, que os empurrou para a margem da sociedade tecnologicamente desenvolvida.

Muitas organizações civis e governamentais, junto com os “avulsos” de plantão, sempre que podem aproveitar uma situação estão lá, como paladinos e porta-vozes das minorias desprotegidas e exploradas. É o caso, aqui no Rio de Janeiro, dos defensores dos habitantes da “Aldeia Maracanã”, localizada em pleno centro urbano em um antigo prédio onde funcionava o museu do índio (transferido para Botafogo).

A Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados (CDHM) se coloca ao lado da comunidade que vide na aldeia e contra a demolição do prédio. O presidente da Fundação Darcy Ribeiro, afirmou que existe um documento de 1865, onde o príncipe Ludwig August de Saxe-Coburgo-Gotha (1845-1907) — conhecido como 'duque de Saxe',  exigiu, ad eternum, que o terreno deveria ser utilizado com finalidade de apoio 'à causa dos índios'.

Algumas aldeias indígenas têm como cultura e tradição comum o infanticídio, que é pouco conhecido por aqui, e que tem provocado polêmica no país. Ainda hoje é possível encontrar índios que sacrificam crianças gêmeas, deficientes ou até filhos de mãe solteira. No código penal brasileiro isso se chama crime.

Todos sabemos que a desocupação é por conta da Copa do Mundo de 2014 e dos Jogos Olímpicos em 2016, que serão realizados no Rio de Janeiro. O espaço vem atender às exigências da engenharia para que, o complexo do Maracanã e adjacências, sejam reformulados e atendam as normas do projeto urbano e da Federação Internacional de Futebol (FIFA).

Eu considero essa polêmica bastante delicada porque, de um lado estão os indefesos índios historicamente usurpados, mas que possuem algumas crenças e práticas duvidosas e, do outro lado, o poder branco com sua riqueza e com o legado do desenvolvimento que os eventos trarão para toda a cidade. Eu sou aquele “PUNK” (ad eternum) que estendeu uma rede lá no prédio do antigo museu, que passa o dia escrevendo poesia, bebendo cerveja e olhando a cultura branca desfilando seus carros oficiais.

Ricardo Mezavila

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