Os índios, em 1500, foram
expropriados por Cabral. Em 2013 os índios correm o risco de expropriação, por
Cabral. Que sina a dos índios! Entre um Cabral e outro, quais foram os
benefícios e direitos que eles conquistaram? Só se tem notícia de perdas. Seus
territórios foram dizimados e as aldeias viraram guetos. O homem branco com sua
cultura foi capitalizando a riqueza natural através da força das leis e, muitas
vezes, das armas.
Muitos índios migraram para as
cidades e tentam sobreviver como pássaros em cativeiro. A razão pelo qual
chegaram até aqui está na desocupação de suas terras, que os empurrou para a
margem da sociedade tecnologicamente desenvolvida.
Muitas organizações civis e
governamentais, junto com os “avulsos” de plantão, sempre que podem aproveitar
uma situação estão lá, como paladinos e porta-vozes das minorias desprotegidas
e exploradas. É o caso, aqui no Rio de Janeiro, dos defensores dos habitantes
da “Aldeia Maracanã”, localizada em pleno centro urbano em um antigo prédio
onde funcionava o museu do índio (transferido
para Botafogo).
A Comissão de Direitos Humanos e
Minorias da Câmara dos Deputados (CDHM) se coloca ao lado da comunidade que
vide na aldeia e contra a demolição do prédio. O presidente da Fundação Darcy
Ribeiro, afirmou que existe um documento de 1865, onde o príncipe Ludwig August
de Saxe-Coburgo-Gotha (1845-1907) — conhecido como 'duque de Saxe', exigiu, ad eternum, que o terreno deveria ser
utilizado com finalidade de apoio 'à causa dos índios'.
Algumas aldeias indígenas têm
como cultura e tradição comum o infanticídio, que é pouco conhecido por aqui, e
que tem provocado polêmica no país. Ainda hoje é possível encontrar índios que
sacrificam crianças gêmeas, deficientes ou até filhos de mãe solteira. No
código penal brasileiro isso se chama crime.
Todos sabemos que a desocupação é
por conta da Copa do Mundo de 2014 e dos Jogos Olímpicos em 2016, que serão
realizados no Rio de Janeiro. O espaço vem atender às exigências da engenharia
para que, o complexo do Maracanã e adjacências, sejam reformulados e atendam as
normas do projeto urbano e da Federação Internacional de Futebol (FIFA).
Eu considero essa polêmica
bastante delicada porque, de um lado estão os indefesos índios historicamente
usurpados, mas que possuem algumas crenças e práticas duvidosas e, do outro
lado, o poder branco com sua riqueza e com o legado do desenvolvimento que os
eventos trarão para toda a cidade. Eu sou aquele “PUNK” (ad eternum) que estendeu
uma rede lá no prédio do antigo museu, que passa o dia escrevendo poesia,
bebendo cerveja e olhando a cultura branca desfilando seus carros oficiais.
Ricardo Mezavila
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