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segunda-feira, 23 de abril de 2012

Jorge, um Poeta!



Lendas urbanas contam que Jorge era  filho de um pedreiro de Austin. Sua mãe morreu ao dá-lo à luz e o recém nascido Jorge foi adotado pela Dama da Poesia para que pudesse, mais tarde, fazer poemas com suas palavras. Ao crescer e adquirir idade adulta escreveu seu primeiro poema e, depois de caminhar durante muitos meses por rodovias brasileiras, foi parar em Ourém, uma cidade do estado do Piauí.
Nesta cidade, Jorge encontrou um velho ator que disse que toda a cidade estava triste, pois lá existia um teatro em ruínas, e a população vivia em função das representações, e que todos sentiam saudades do tempo em que grandes espetáculos eram apresentados ali. O velho lhe disse que com a ociosidade as pessoas tem deixado a cidade com seus grupos a procura de oportunidade em algum outro lugar.
Jorge indagou porque de o teatro estar naquelas condições. O velho ator contou que, um feiticeiro havia roubado a inspiração das pessoas e que, desde então, não havia nada de novo que pudesse ser apresentado. As pessoas, desorientadas pela repentina perda da inspiração, perambulavam pela cidade a procura do que fazer, sem perspectivas e norte.
Ao ouvir a história, Jorge ficou determinado em salvar a cidade daquela depressão. Passou a noite na cabana do velho ator e quando amanheceu partiu para um vale próximo e, fechando os olhos, intimamente, fez um pedido à Dama da Poesia. Abriu os olhos quando sentiu uma brisa balançar o seu cabelo e viu uma linda moça vestindo trajes coloridos. Era a Dama da Poesia, conduzida por um cortejo de imagens envoltas em névoas e sons de palavras.
O feiticeiro que estava escondido em uma caverna próxima, surgiu na frente de Jorge, que sem sentir medo apenas o encarou, e de seus olhos uma grande luz brilhou fazendo com que o feiticeiro entrasse no cortejo de imagens e desaparecesse na névoa. A Dama da Poesia, então, apontou para uma montanha e pediu que Jorge a subisse e que de lá fizesse um poema que falasse de cores, sons, música e de alegria, e que depois de pronto o poema tinha que ser lido lá do alto, no outono, na alvorada de uma manhã de abril.
Tendo feito tudo como pedira a Dama da Poesia, Jorge declamou o poema e as pessoas, mesmo aquelas que já andavam por alguns dias longe da cidade, ouviram e sentiram a inspiração percorrer seus pensamentos e voltaram para casa. Naquela tarde recuperaram o teatro e à noite, do mesmo dia, a cidade iluminada, como nunca deveria ter deixado de estar, renasceu.

Ricardo Mezavila

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