Vai uma dica para quem está
começando uma vida compartilhada e ainda tem dificuldades em se relacionar.
Quando eu digo começando, não é necessariamente a primeira vez, pode ser a
segunda, terceira, enfim, começar é o mesmo que recomeçar. O recomeço remete
imediatamente ao “começar de novo”, mas se naquele período não houve nenhum
crescimento, então, recomeçar será sempre um novo começo.
Vou pedir auxílio ao “seu”
Paulino, figura folclórica dos bares de onde moro, que já não pisa mais pelos
chãos daqui, juntou-se a um bando de pássaros e migrou para o céu em uma tarde
triste do subúrbio. Seu Paulino, na sua sabedoria etílica costumava dizer
quando ia aconselhar: - Guarda pra ti!
Eu ouvi, várias vezes, essa frase.
Então, vamos lá. Guarda pra ti! A
vida em comum não é nada fácil se voce entrar nela sem desprendimento. Se tiver
formiga no açucareiro e o outro chegar comentando algum fato ou notícia, não
reclame dos pequenos insetos sociais, ouça primeiro o que ele tem a dizer,
finja que ouviu e depois reclame e ensine que se o açucareiro estiver aberto,
as formigas vão entrar. Isso evita um desconforto desnecessário e voce vai
ganhar um bônus para poder reclamar mais adiante, quando o chão do banheiro
estiver molhado, ou o gás do aquecedor estiver aberto.
Outra dica “Pauliniana”: o diálogo nunca deve ser evitado sob nenhuma hipótese.
O melhor da relação, além do sexo, é poder conversar dentro do mesmo universo
intelectual do outro. Inevitavelmente essa relação vai render muitas risadas e
cantorias nas manhãs em que os dois não tiverem compromisso. A cama não é só
para dormir e para as relações sexuais, a cama tem funções que poucos exploram.
Para mim a cama também é lugar de cantar, rir e filosofar.
Guarda pra ti! Assim voce vai
poder extrair o melhor que a vida partilhada
pode proporcionar.
Ricardo Mezavila
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