Reminiscência da minha infância,
quando estava na primeira série do primário, atual ensino fundamental, eu tinha
medo do ponto de interrogação. Tímido e magro, quando ao final de uma frase
escrita pela professora no quadro negro, aparecia a interrogação e a professora
se virava para a turma, eu ficava tenso e apelava para o “homem invisível”. Era como se eu fosse derrapar na “curva”, em
formato de gancho de cabide do ponto e caísse dentro do “buraco” embaixo dele.
O buraco está embaixo, estrategicamente, como uma punição. Ou voce atende ao
ponto, ou vai para o buraco. As perguntas são o motor das pesquisas, do
conhecimento. Li em algum lugar: “voce conhece a inteligência de alguém, não
pelas respostas, mas pelas perguntas que faz”.
Pensando assim eu estou tentado a
sair por aí perguntando. Primeiro vou perguntar a quem não pode me responder:
as estátuas. Vou sentar ao lado de Carlos Drumond de Andrade, no calçadão da
praia de Copacabana, e saber se ele tem alguma obra inacabada que eu possa
ajudar, ou coisa assim; Tenho vontade também de fazer algumas perguntas à
estátua de Darcy Ribeiro, não sei se existe uma, mas preciso saber o que ele
tem mais a dizer sobre educação e as comunidades indígenas; Na estátua de Noel
Rosa, em Vila Isabel, além de acompanhá-lo no happy hour, vou querer saber sua
opinião sobre a atual música que se faz por aqui.
Para acrescentar conteúdo a esta
crônica vou colocar algumas perguntas sem respostas: Como é zero em algarismo
romano? Por que quando ligamos para um
número errado nunca dá ocupado? Quando
inventaram o relógio como sabiam as horas para poder acertá-lo? Para que o Pato Donald amarra toalha quando
sai do banho se ele não usa calças? Se o vinho é líquido, como pode existir o
vinho seco? Como a placa “É proibido pisar na grama” foi colocada lá?
Em tempo: O Governo do Rio de Janeiro resolveu enviar para o hospício qualquer
cidadão que conversar com a estátua de Carlos Drummond de Andrade, que fica no
calçadão da praia de Copacabana, na capital carioca. Uma câmera ficará filmando
e as imagens serão monitoradas ao vivo de um manicômio, que enviará agentes
para capturar algum louco que converse com a estátua. Há informações de que
muitas pessoas sentam ao lado da estátua e conversam sobre todos os assuntos,
inclusive seus problemas pessoais e até pedem dicas para encontrar um par
perfeito. O governo também pretende instalar um microfone na estátua para saber
os assuntos mais abordados pelas pessoas durante as conversas com a estátua de
Carlos Drummond de Andrade. (Fonte: G17 – sem compromisso com a verdade.)
Ricardo Mezavila
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