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sexta-feira, 14 de outubro de 2011

O dono da obra




Ao fim de toda obra ou acontecimento dão-se os créditos a quem esteve presente durante o exercício de fato. Mas é injusto que somente um nome seja o responsável por todo o conjunto.

Quem carregou as pedras para a construção do Farol de Alexandria foram os operários, mas quem levou a fama foi Ptolomeu, foi ele quem mandou construir a torre de mármore no porto da cidade, que do alto ardia uma chama que, através de espelhos iluminava até 50 quilômetros de distancia.

Ninguém constrói sozinho um jardim de aproximadamente cinqüenta metros de altura, em barro cozido, tendo terraços com grandes plantações e com uma escada de mármore por entre as folhagens. Mas ao rei Nabucodonosor foram dados os créditos pela construção dos jardins suspensos da Babilônia.

Quem construiu Brasília foram os trabalhadores, mas quem deixou o nome na história foi o presidente Juscelino Kubitschek. Jogador amador do América mineiro apreciava serestas e serenatas. Formou-se em medicina e serviu na polícia militar de Minas Gerais.

A convite do interventor federal assumiu a chefia da Casa Civil de Minas. Foi eleito deputado federal; prefeito nomeado de Belo Horizonte; governador de Minas e presidente da república. Era conhecido como o “tocador de obras”. Isentou de impostos de importação as máquinas e equipamentos industriais, facilitando assim o mercado interno.

Atualmente assistimos os governantes tocando obras para a realização da segunda copa do mundo no Brasil. Os operários não são como naqueles tempos em que se carregava pedras e dormia-se sobre elas. Não satisfeitos com a condições de trabalho na reforma do estádio do Maracanã, cruzaram os braços, e reivindicaram aquilo que consideram imprescindível para o bom andamento do trabalho.

Os donos das obras também não gozam do mesmo prestígio de épocas passadas. A política transformou-se, quase que exclusivamente, em um lago de tubarões, onde os peixes menores são perseguidos e engolidos, mas sabem que unidos ficam fortes e ficando fortes e unidos podem enfrentar os tubarões.


Ricardo Mezavila

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