Se você não valorizar cada centavo de troco que você deixa nas compras, nos transportes e até nas esmolas, você nunca valorizará o seu milhão, quando ele vier. Este tópico frasal faz parte do mandamento do pão-duro, pessoa que vive fazendo inventário de tudo o que possui para certificar-se de que nada foi gasto e de que precisa juntar mais coisas.
Famoso mão-de-vaca da literatura, o personagem Harpagão, o Avarento de Molière, que tem como lógica acumular dinheiro e nunca gastá-lo, e acaba por passar necessidades financeiras pela “falta” de dinheiro. Decide casar seu filho com uma viúva rica e sua filha com um homem mais velho, porém igualmente rico.
Tio Patinhas, o pato mais rico do mundo, criado pelo cartunista Carl Barks dos estúdios Disney, tem a fama de ser sovina, além de explorar seus sobrinhos Donald, Huguinho, Zezinho e Luisinho em expedições e caças a tesouros no intuito de multiplicar ainda mais a sua fortuna.
O escritor Fernando Sabino tem uma ótima definição do pensamento do “mão fechada”: Meu filho ouça bem o seu pai: Se sair à rua, leve o guarda-chuva, mas não leve dinheiro.
Se levar, não entre em lugar nenhum. Se entrar, não faça despesas. Se fizer, não puxe a carteira. Se puxar, não pague. Se pagar, pague somente a sua.
Não só nas personagens vivem os unhas de fome. Conheço pessoas que parecem carregar um escorpião dentro do bolso, mas que não fazem a menor cerimônia em ficar sentadas na aba de um chapéu.
Do seriado americano Everybody Hates Chris emerge o senhor Julius, representado pelo ator Terry Crews, pai do protagonista. Orgulha-se de trabalhar em dois empregos e saber o preço, centavo por centavo, de tudo aquilo que compra e o gasto de tudo aquilo que sua família consome dentro de casa. É dele a impagável frase: “Desliga o rádio relógio moleque, você não vê as horas enquanto dorme. São dois centavos por hora”.
Ricardo Mezavila
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