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segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Sarau Poético



Estive na Bienal do Livro como de hábito, quando esta ocorre no Rio de Janeiro. Impressiona a quantidade de pessoas que fez o mesmo, circulando pelas passarelas dos pavilhões com bolsas e livros nas mãos. Que Brasil é esse que lê? Trabalhando com educação vivo experiências desanimadoras para o futuro do livro no Brasil. Minha experiência, não-governamental, me coloca diante de jovens matriculados na rede pública com deficiência grave em língua portuguesa.

Assisti no Café Literário montado na bienal, o Sarau Poético, evento com a participação do poeta Ferreira Gullar. O espaço estava lotado para a audição. O poeta leu vários de seus poemas com pausas para bate-papos e perguntas. Como é extraordinário o bom uso das palavras, as formas que elas adquirem quando lapidadas. O livro é um baú de pérolas raras e ao mesmo tempo simples. A língua quando declama um poema se movimenta como uma borboleta voando entre as flores dos nossos ouvidos, espalhando sementes no jardim do coração de quem nos ama.

Deveria haver, principalmente nas redes públicas de ensino, eventos como o do Café Literário, onde poetas ou leitores de poesia pudessem realizar leituras acerca dessa arte. A poesia não consta nas grades curriculares das escolas.São tratadas desproporcionalmente à sua importância. Através da aparente facilidade de se construir um poema, a criança estimulada para a leitura, arriscaria algumas linhas e adquiriria interesse pela língua portuguesa no geral.

Antes de terminar sua participação no sarau, o poeta Ferreira Gullar fez uma significante observação sobre poesia. Disse que toda pessoa possui um poema ou uma frase determinante em sua vida, que sempre estarão presentes. Eu possuo vários poemas e frases retiradas de poemas que carrego comigo. Eu diria que conduzo um caminhão de poesias com as portas abertas para caronas, pelas estradas alegres da vida.


Ricardo Mezavila

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