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quinta-feira, 25 de agosto de 2011

O Arsenal de Bagdá


Um dia, um senhor caminhava solitário pelas ruas de um bairro do Rio de Janeiro sem pensar em nada, apenas caminhava e cuidava para não cair em uma armadilha urbana como bueiros e buracos. Passando em frente a uma casa, notou que havia uma menina chorando, sentada na escada da varanda. Parou e ficou observando a cena, tentando imaginar o porquê daquela tristeza.

No mesmo instante em outro continente, um senhor discursava e dizia que “o império da lei está em perigo no mundo” e “é a guerra do bem contra o mal”. Muito aplaudido ele ainda disse que “ajudaria a libertar o povo iraquiano de um ditador fora da lei”. O tal senhor estava na Assembléia Geral das Nações Unidas dirigindo-se para cento e noventa e um países ali representados.

Voltando à cena do senhor e da menina, esta ao ver que estava sendo observada disse : -Moço, minha mãe me colocou de castigo! Ele deu um leve sorriso, balançou a cabeça :- Não sei o motivo do seu castigo, mas você tem que obedecer a mamãe . Ela contou que havia falado uma mentirinha sobre seu irmão mais velho,e por isso a mãe a repreendeu colocando-a no castigo.

Na Assembléia Geral, o senhor das guerras bradava aos quatro cantos do mundo que o Iraque tinha em seu poder caminhões-tanque com armas químicas, segundo uma fonte dos serviços de espionagem e isso justificava a invasão. E assim fizeram, apoiados pelo governo britânico, e por lá permaneceram sete anos. Milhares de civis e soldados perderam a vida, a cidade histórica de Bagdá, importante centro cultural do mundo, foi destruída.

O curioso é que as alegadas armas de destruição em massa, até hoje não foram encontradas. E jamais serão, porque o próprio serviço de inteligência assumiu que era uma farsa, uma mentira para dar início à operação. Uma mentira providencial para invadir e destruir Bagdá.

Retornando ao senhor solitário e a menina triste, sua mãe apareceu na varanda e sorrindo para o estranho perguntou: -O senhor deseja alguma coisa ? Ele: - Não senhora, muito obrigado. Estava passando e vi essa linda menina chorando e parei, só isso A mãe :- Hum! Essa menina agora deu para ficar mentindo, já falei que isso é feio. O senhor se despediu e retomou sua caminhada despretensiosa, fugindo das “minas” urbanas e explosivas, pensando como é importante a educação vinda dos pais. Talvez aquele outro senhor das invasões não a tenha tido, quer dizer, nós sabemos muito bem quem foi seu educador.

Ricardo Mezavila

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