Quanto mais se aproxima o dia 2 de outubro, mais cresce a
possibilidade de casos de violência contra candidatos, eleitores e militantes de
oposição, estimulados pela irresponsabilidade e desespero do presidente de não
ser reeleito.
Os últimos casos foram o assassinato de um eleitor de Lula por
um de Bolsonaro após discussão política no MT, a ameaça a Guilherme Boulos por bolsonarista
armado em SP, enquanto Ciro Gomes sofreu ameaça de agressão no RS e Fernando
Haddad cancelou participação em evento após ser ameaçado.
Com argumento de armar a população para defesa pessoal, o
governo vai armando um grupo fanático que intimida quem possui pensamento
diferente, chegando às últimas consequências, como fizeram contra os petistas
Benedito Cardoso dos Santos e Marcelo Arruda.
Um agricultor, que responde a processos por sonegação de
impostos, constrangeu e humilhou uma mulher em situação de vulnerabilidade na
periferia de Itapeva, SP, quando tentava comprar o seu voto.
Ao entregar uma cesta básica perguntou em quem ela votaria,
tendo Lula como resposta, o empresário covarde, que gravou a conversa para
intimidar outros eleitores, disse que aquela seria a última vez que ela
receberia o benefício, “esta é a última marmita, vá pedir ao Lula” – disse.
A sociedade brasileira, puxada pela classe média, mesmo
prosperando, não engoliu a vitória de Lula em 2002. Sem formação política e
baixo conhecimento de cidadania, adotou discurso anticorrupção como tema
central e absoluto contra o PT, tendo atingido o auge durante a famigerada Lava
Jato.
A classe média aceita o acúmulo de riqueza, sabotagem na
educação, exploração da mão-de-obra, destruição do meio ambiente, sucateamento
da saúde, expropriação de estatais estratégicas, mas tomou as ruas contra uma ‘pedalada’
fiscal para acabar com a ousadia de um governo que deu oportunidade ao pobre de
viajar e frequentar universidade.
O presidente Jair Bolsonaro cometeu diversos crimes até aqui.
Na pandemia negou a vacina causando milhares de mortes, promoveu o uso de
remédio ineficaz, não tomou providências quando soube das fraudes e dos esquemas
no Ministério da Saúde, pastores evangélicos atravessaram barras de ouro dentro
do Ministério da Educação, colocou em sigilo por cem anos suas maracutaias,
comprou dezenas de imóveis em dinheiro vivo, fere o Estado Democrático de
Direito, agride mulher, é racista, homofóbico, anti-indígena, mas é perdoado
por ser antipetista e se proclamar cristão.
Segundo as pesquisas, a maioria dos eleitores de Ciro Gomes
não querem a reeleição de Bolsonaro e sabem que seu candidato não tem chances
de chegar ao segundo turno.
Para conter o avanço da extrema direita na reta final, seria eficaz
uma campanha pela antecipação do segundo turno de maneira pontual, com apoio de
eleitores notórios do pedetista, como Tico Santa Cruz e Caetano Veloso, que já
declararam voto em Lula, para dar fim a futuros questionamentos do resultado
das urnas.
Antecipar o segundo
turno é muito mais do que praticar o voto útil, é tirar do cargo um sujeito
inadequado, despreparado, corrupto, antidemocrático, favorável à tortura. É uma
atitude civilizatória.
Ricardo Mezavila
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