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quinta-feira, 1 de novembro de 2018

Um elefante no meio da sala



Para quem votou em Jair Bolsonaro pensando que andaria em paz pelas ruas, rodeado por pardais e borboletas; que teria a tranquilidade de frequentar restaurantes, shoppings, teatros e cinemas sem medo de assalto; que seus filhos poderiam sair à noite e ficar conversando alegres nas esquinas, deve colocar as 'barbas de molho', o paraíso não está próximo.

O governador eleito do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, disse em entrevista ao 'Estadão' que a polícia, a partir de janeiro, vai atirar para matar: "A polícia vai mirar na cabecinha e...fogo!". Em nenhum lugar do mundo a polícia é treinada para isso. A 'guerra' ao tráfico, na minha opinião, é uma guerra contra a população que fica no meio do tiroteio servindo de alvo. Outros métodos precisam ser estudados para que a violência não se alastre ainda mais e se torne mais banalizada do que já é.


A confirmação dessa tragédia anunciada, se concretiza no convite prêmio a Sergio Moro para um Super Ministério que agrega a Justiça e a Segurança Pública. A aceitação do convite expôs a intenção da Lava Jato para quem ainda tinha dúvida; confirma o lawfare, a guerra jurídica que perseguiu e prendeu Lula.

E o que podemos esperar do Moro ministro? Uma caçada generalizada ao Partido dos Trabalhadores ? Agora como vidraça e com sua 'cultura' exposta, talvez o 'xerife' não possa chegar tão longe. O seu Ministério é complexo e demanda uma pauta não só política, não só regional, mas de técnica e competência. Periga o juiz ficar como um elefante no meio da sala.

Ainda sobre os Ministérios, o da Indústria e Comércio vão ser extintos. O futuro ministro e guru Paulo Guedes disse que "a indústria precisa se libertar dos industriais", numa clara alusão de que o capital brasileiro vai se render ao estrangeiro e ao rentismo. Com a redução do Estado, a reforma trabalhista e a da previdência, as conquistas da população vão ser reduzidas e quase extintas.

Começo a entender a lógica do 'armar o homem de bem'. Com visão futurista, o presidente eleito sabe que acabar com as indústrias é investir no desemprego em massa; dificultar a aposentadoria é jogar milhões de velhos na miséria. Então, ele dá uma arma para cada um, todo mundo atira e mata todo mundo, e o problema está resolvido. O Estado vai poder cuidar dos sobreviventes.

Ricardo Mezavila.

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