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domingo, 21 de outubro de 2018

O chato das eleições


Lembro com saudades das discussões das eleições de 1982, 1989, 1994, 1998, 2002, 2006, 2010 e só. A partir da eleição de 2014, depois dos avanços sociais promovidos por Lula e Dilma, mas com as torneiras abertas para o capitalismo, experimentamos discussões agressivas, de ódio, de fomento da mágoa e, o pior, do rompimento de relações de amizade.

Essa gente que odeia o Partido dos Trabalhadores, sem saberem o motivo, odeiam porque nos governos petistas o pobre ascendeu um degrau na escala de consumo e serviços, contrariando a oligarquia escravocrata que nunca permitiu, desde sempre, um pedacinho sequer de divisão mais justa do bolo.

A maioria dos antipetistas não se interessava por política, não debatia, era isenta. Durante os governos petistas jamais manifestou esse grau de ódio desequilibrado que vemos hoje. O nascimento dessa onda aconteceu diante dos noticiários que, defendendo o direito do rico enriquecer e do pobre cair da escada, formou um senso comum e que o PT criou a corrupção e faliu com a Petrobrás.

A massa calada e ignorante em política foi levada às ruas, às varandas para bater panelas, aquele frenesi anti-tudo criado para derrotar os movimentos e os projetos sociais. Muitos embarcaram nessa e passaram a opinar pela cabeça do outro, amplificando a voz dominante sendo eles os dominados.

Foi assim que assisti e ainda assisto pessoas com as quais nunca havia trocada uma frase sobre política. Fico impressionado com a falta de conhecimento e de como defendem uma causa sem a menor análise crítica. Defendem clichês do tipo "Lula é ladrão", sem sequer ter lido uma linha do processo, ou de ter informação sobre o outro lado da notícia, o da defesa.

Estamos a uma semana do segundo turno que vai definir uma página da história. O candidato Fernando Haddad, do PT, tem como projeto, além dos avanços que os governos petistas anteriores já fizeram, ampliar direitos que garantam a população brasileira mais acesso, prioritariamente, à educação. O candidato Jair Bolsonaro aponta um governo de entrega das empresas, cortes de direitos trabalhistas e sociais, ataque à violência com mais violência e, o pior, dar autoridade para que os fascistas andem armados perseguindo as minorias.

Eu penso que o eleitor do primeiro turno vai fazer uma reflexão sadia, benéfica para sua própria existência e a de sua família; não vai votar com ódio contra um partido, mas votar com consciência, comparando as propostas dos candidatos, ouvindo os dois lados de uma notícia para não ser manipulado com argumentos fáceis e vazios de quem diz que 'é preciso acabar com tudo o que está aí'.

Queira muito voltar a ser o 'chato' das eleições que defendia a classe trabalhadora, o direito da criança ir à escola, de fazer três refeiçoes diárias no mínimo. O 'chato' que desviava a conversa dentro de uma reunião familiar para falar sobre democracia, liberdade, diretas já, que interrompia a novela para falar de greve. Aquele que ia a todos os comícios na Cinelândia e Candelária e voltava adesivado do pé à cabeça colando adesivo em todo mundo. Eu quero isso aí!

Ricardo Mezavila.


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