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sexta-feira, 24 de novembro de 2017

De gafes e de mitos


Bem aventurados os que cometem gafes, pois seríamos meio máquinas se não cometêssemos deslizes na língua e no comportamento. Nos últimos dias vimos o secretário estadual de cultura do Rio de Janeiro, em pleno microfone na ALERJ citar Bertoldo Brecha, personagem interpretado pelo ator Mário Tupinambá, que fez sucesso na TV com o bordão: “Veeeenha!” O secretário queria se referir a Bertold Brecht, dramaturgo e poeta alemão e um dos mais importantes do século XX.

Algumas gafes se tornaram comuns, como o repórter que não sabe que está ‘NO AR’ e aparece diante das câmeras penteando-se ou fazendo algum comentário fora da pauta; o âncora de telejornal que boceja ao vivo, ou solta um palavrão; o apresentador que escorrega e cai no palco. Com a ‘patrulha’ da internet, essas gafes se transformam instantaneamente em memes, que logo viralizam nas redes sociais.

A indiscrição involuntária é bastante presente em viagens, quando o turista está pouco informado sobre os costumes, a história e lugares. Por exemplo, no Irã, fazer sinal de positivo com o dedão é o mesmo que levantar o dedo médio por aqui; estalar os dedos para chamar a atenção, é gesto para cachorros, na França; apontar a sola do pé no Líbano e em outros países árabes é considerado ‘afronta’, por isso nunca sente e apoie o calcanhar sobre o joelho. É bom seguir o velho ditado: “Em Roma, faça como os romanos”.

As gafes são tão importantes quanto os mitos, utilizados pelos povos antigos para explicar fenômenos não compreendidos. Na civilização atual o conceito de ‘mito’ deixou de ser a simbologia de personagens sobrenaturais, deuses e heróis. Para ser mito basta ter uma conta em uma rede social e conquistar milhões de seguidores engajados naquilo que ele, o ‘mito’, diz, pensa e, às vezes, faz.

Ricardo Mezavila é escritor





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