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sexta-feira, 7 de abril de 2017

O mesmo de nós mesmos




Escrevo para os contemporâneos que sofrem daquelas dores matinais quando levantam,
que, invariavelmente, pensam : - Que saco! Tudo de novo.


Nós, meus bravos heróis, estamos alcançando o topo da montanha do tempo, quer dizer,
o topo deste tempo, também conhecido como 'agora'.


Nosso filhos cresceram, nossos netos estão chegando, nosso cabelo caindo, barriga estendida,
aposentadoria com as sandálias no tapete.


O compositor que cantou que o velho compositor baiano dizia: 'tudo é divino, tudo é maravilhoso,
nos marcou na frase: 'ainda somos os mesmos e vivemos como nossos pais'.


Não concordo mais com essa afirmação do velho compositor cearense.
Não vivemos como nossos pais, vivemos como nós mesmos,
dentro da perspectiva de que ninguém vive duas vezes na mesma vida.


Muitas coisas já não são como eram quando eu enxergava os dias com mais estradas a seguir,
mesmo no escuro.


Hoje os caminhos precisam ser cuidadosamente iluminados para que uma pedra, ou um desnível
tendencioso, não nos atire ao chão para debaixo dos sapatos.
Escreveria mais, mas a canção tem que acabar...


Aos contemporâneos, gêmeos na perturbação da idade, na inconformação do inconformável,
alerto para a continuidade deste tempo adubado, repleto da alegria que ainda reside em nós,
para que nunca deixemos de ser o que fomos desde sempre.


Parem de reclamar de tédio, de que tudo se repete, porque viver é repetir, dia a dia,
tudo o que fomos, para que haja evolução para lá daquela nuvem.





Ricardo Mezavila

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