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quinta-feira, 13 de agosto de 2015

Bandeirada legal


A sociedade, de tempos em tempos, perde e conquista, lembra e esquece, do que foi importante em determinada época. É assim que a humanidade evolui, ou regride. A história, às vezes, se parece com a tabela demonstrativa dos índices econômicos, das cotações das moedas. Sofre variações ora para mais, ou para menos e, também acontece, fica estabilizada patinando como se corresse em uma esteira de academia.

As perdas, não as derrotas, passam por um processo de cadaverização e são enterradas em mausoléus construídos pelas mãos do tempo. Perdemos muita coisa durante o trajeto, como um caminhão de carga conduzido de portas abertas, que vai deixando a mercadoria pela estrada.

Pensei assim, depois de ler matéria pela Internet sobre a "guerra" entre os taxistas e o aplicativo Uber e, na sequencia, os comentários dos leitores. A maioria dizia-se a favor do aplicativo, a justificativa era que trazia mais opção de transporte. É verdade que a concorrência faz com que o serviço melhore, isso é uma lei básica de mercado, mas o que não podemos esquecer, e os leitores favoráveis não pensaram, é que os taxistas têm licença para exercerem suas atividades, pagam altas taxas à prefeitura para prestarem o serviço.

Um leitor mal informado escreveu que o aplicativo não paga para funcionar porque a Internet é território livre e só utiliza o serviço quem quer. A Internet não é livre para interferir nas leis, em legalizar o ilegal, mas tem gente que acha que naquele território tudo é possível. Nessa lógica até armas e drogas podem ser oferecidas nas redes.

Fiquei com o sentimento de que estamos perdendo a coletividade, a ideia de classe, a solidariedade. Pensamos no individual, no conceito errado do conforto a qualquer custo, sem pensar no outro. Por pior que seja o serviço, cabe ao órgão regulador fiscalizar, autuar e tomar as devidas providências, como fizeram com os ônibus e vans piratas.

Esse Uber não passa de pirataria travestida de aplicativo mal intencionado. A prefeitura precisa ser enérgica e coibir o serviço ilegal, ou, legalizá-lo para que, aí sim, a demanda tenha mais uma opção de transporte.

 Ricardo Mezavila é escritor

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