Os
patetas do senado brasileiro, sob os auspícios do dinheiro público, foram para
Caracas fazer pseudo diplomacia, posar de arautos e defensores dos direitos
humanos. O líder dos patetas, Aécio Neves, deve ter dito quando pisou em solo
venezuelano: "-Somos emissários brasileiros, viemos conhecer os presos
políticos, entender sob que argumentos são mantidos presos e em que condições
físicas e psicológicas se encontram". No caminho do aeroporto para a
penitenciária, a comitiva de "Patetópolis" foi cercada por
manifestantes na rua. O ônibus em que estavam foi apedrejado sob vaias e gritos
de "Fora, Fora" e "Chavéz não morreu".
Aos
senadores e suas esposas (sei lá o que as madames foram fazer lá), restou
retornar ao aeroporto e voltar para casa. A demagogia chegara ao fim,
melancolicamente, deixando uma imagem negativa do Brasil no Mercosul. Um dos
presos que teriam o carinho dos senadores é o conhecido oposicionista Leopoldo
Lopez, signatário do decreto golpe que depôs Chavez em 2002. Este decreto
dissolveu o parlamento, o supremo tribunal de justiça, o conselho nacional
eleitoral, a procuradoria da república, a defensoria do povo e outras
instituições de caráter governista. Quando a mobilização popular reverteu o
golpe, Chavéz deu anistia a maioria dos golpistas, incluindo Lopez.
Recentemente,
Lopez usou a mídia para incitar a juventude a ir às ruas contra o governo de
Maduro, o que culminou em tentativa de incêndio na sede do ministério público.
Ele prega a deposição de um presidente eleito, assim como acontece aqui, no
Brasil. Contam com o apoio financeiro e da mídia norte-americana e de
representantes da direita golpista da América Latina, a qual faz parte Aécio e
sua turma derrotada nas urnas pela Presidenta Dilma. Leopoldo Lopez se esconde
por trás de um partido, o Vontade Popular, que não tem sequer um representante
na Assembléia.
De
volta ao lar, os senadores querem que o governo brasileiro tome medidas
diplomáticas e suba o tom com a Venezuela, num claro oportunismo ideológico.
Correram para o colo da "mamãe" e exigem dela uma reação ativa.
Quando soube do ocorrido, imediatamente associei ao que aconteceu no Congresso
do PT, em Salvador, na semana passada. O líder dos "Revoltados
Online" foi ao congresso com a única intenção de perturbar e provocar,
para depois aproveitar seus minutos de "vítima" e subir um degrau na
escalada da formação de opinião. Os senadores fizeram o mesmo, partiram para a
provocação sutil e agora usam o ocorrido para "provar" para a opinião
pública brasileira que suas teorias sobre a esquerda latino americana e o
envolvimento do Partido dos Trabalhadores têm fundamento. Dependendo dos frutos
colhidos desse pomar golpista, talvez o próximo país a ser visitado seja Cuba.
Aconselho
aos nossos incansáveis senadores missionários que abandonem essa estratégia,
que aproveitem essas viagens para aprender sobre a cultura latino americana.
Perderam a oportunidade de conhecer a literatura venezuelana, saberiam que
Andrés Bello é considerado o precursor da interpretação da natureza latina;
neoclássico, formou uma consciência cultural fundamentada na autonomia política
e intelectual. Era poeta, erudito e um homem de ação. Foi ícone de sua geração
e nenhum outro nome literato foi mais importante na luta pela independencia
latino americana. Portanto, nobres homens do nosso senado, abram suas pastas e
comecem a lição!
Ricardo Mezavila.
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