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segunda-feira, 22 de junho de 2015

Gracias, pueblo de Venezuela!

Andrés Belllo


Os patetas do senado brasileiro, sob os auspícios do dinheiro público, foram para Caracas fazer pseudo diplomacia, posar de arautos e defensores dos direitos humanos. O líder dos patetas, Aécio Neves, deve ter dito quando pisou em solo venezuelano: "-Somos emissários brasileiros, viemos conhecer os presos políticos, entender sob que argumentos são mantidos presos e em que condições físicas e psicológicas se encontram". No caminho do aeroporto para a penitenciária, a comitiva de "Patetópolis" foi cercada por manifestantes na rua. O ônibus em que estavam foi apedrejado sob vaias e gritos de "Fora, Fora" e "Chavéz não morreu".

Aos senadores e suas esposas (sei lá o que as madames foram fazer lá), restou retornar ao aeroporto e voltar para casa. A demagogia chegara ao fim, melancolicamente, deixando uma imagem negativa do Brasil no Mercosul. Um dos presos que teriam o carinho dos senadores é o conhecido oposicionista Leopoldo Lopez, signatário do decreto golpe que depôs Chavez em 2002. Este decreto dissolveu o parlamento, o supremo tribunal de justiça, o conselho nacional eleitoral, a procuradoria da república, a defensoria do povo e outras instituições de caráter governista. Quando a mobilização popular reverteu o golpe, Chavéz deu anistia a maioria dos golpistas, incluindo Lopez.

Recentemente, Lopez usou a mídia para incitar a juventude a ir às ruas contra o governo de Maduro, o que culminou em tentativa de incêndio na sede do ministério público. Ele prega a deposição de um presidente eleito, assim como acontece aqui, no Brasil. Contam com o apoio financeiro e da mídia norte-americana e de representantes da direita golpista da América Latina, a qual faz parte Aécio e sua turma derrotada nas urnas pela Presidenta Dilma. Leopoldo Lopez se esconde por trás de um partido, o Vontade Popular, que não tem sequer um representante na Assembléia.

De volta ao lar, os senadores querem que o governo brasileiro tome medidas diplomáticas e suba o tom com a Venezuela, num claro oportunismo ideológico. Correram para o colo da "mamãe" e exigem dela uma reação ativa. Quando soube do ocorrido, imediatamente associei ao que aconteceu no Congresso do PT, em Salvador, na semana passada. O líder dos "Revoltados Online" foi ao congresso com a única intenção de perturbar e provocar, para depois aproveitar seus minutos de "vítima" e subir um degrau na escalada da formação de opinião. Os senadores fizeram o mesmo, partiram para a provocação sutil e agora usam o ocorrido para "provar" para a opinião pública brasileira que suas teorias sobre a esquerda latino americana e o envolvimento do Partido dos Trabalhadores têm fundamento. Dependendo dos frutos colhidos desse pomar golpista, talvez o próximo país a ser visitado seja Cuba.

Aconselho aos nossos incansáveis senadores missionários que abandonem essa estratégia, que aproveitem essas viagens para aprender sobre a cultura latino americana. Perderam a oportunidade de conhecer a literatura venezuelana, saberiam que Andrés Bello é considerado o precursor da interpretação da natureza latina; neoclássico, formou uma consciência cultural fundamentada na autonomia política e intelectual. Era poeta, erudito e um homem de ação. Foi ícone de sua geração e nenhum outro nome literato foi mais importante na luta pela independencia latino americana. Portanto, nobres homens do nosso senado, abram suas pastas e comecem a lição!


Ricardo Mezavila.

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