Quando
uma mulher vai comprar absorvente interno, escolhe o melhor, aquele que pode
usar o dia inteiro e até durante o sono; o homem quando quer uma roupa íntima,
escolhe a melhor, uma confortável e adaptável à forma do corpo; quando uma
criança escolhe um brinquedo, escolhe o melhor, aquele que alimenta a sua
fantasia; quando um idoso precisa de uma bengala, escolhe a melhor,
personalizada e canadense.
Toda
a matéria consumida é escolhida pela qualidade, pela certeza de que vai ser
útil e servir aos interesses ao qual se destina. Em se tratando de pessoas, o
“melhor” permite muitos questionamentos, porque estamos impregnados daquilo que
aprendemos e pelos conceitos que temos quando fazemos avaliações.
A
presidenciável Marina Silva, a qual chamo de Marina Malafaia Leal Setúbal,
repete sempre que tem oportunidade que irá governar com “os melhores”. Isso é
muito perigoso, pois quem se sente em condições de escolher os melhores se
coloca em uma posição superior, não falo sobre o cargo a que almeja, mas em uma
situação em que está capacitada a atrair para si somente os seletos, a elite.
Tudo
bem, os governantes precisam estar amparados por profissionais de gabarito, mas
no caso da candidata seus dedos apontam para quadros que já estiveram no
governo FHC e, se não me falta memória, não demonstraram serem tão melhores dos
que os que estão aí. Marina é sim, a segunda via do PSDB. Conseguiu suplantar o
neto de Tancredo, que seria o titular, com folga, e vai galopando para cima da
atual presidente com fôlego adquirido pelos acordos com os bancos. É tanta
disposição que tem deixado para trás ideologias que sempre defendeu para
satisfazer seus investidores menos afeitos a parábolas.
Esse
ser estranho que habita Marina fez história pelo mundo, quando etnias se
consideravam superiores e religiões queimavam bruxas. A paridade é a
sustentação da liberdade, a semelhança é que atrai o que for melhor para toda a
sociedade, não é excluindo e separando o joio do trigo que teremos a certeza de
que o pão não será envenenado, não é com a filosofia maniqueísta que o bem
vencerá o mal, não é segregando que estaremos garantindo que o erro foi
extinto.
É
bom lembrar que modess e cueca são usados para a higiene pessoal, mas que
depois de usados ficam sujos, são descartados e vão parar na lixeira. A
qualidade de uma pessoa não é propriedade e nem pode ser circunstância no
interesse de outra. Atenção com o perigo messiânico enrustido dentro de algumas
afirmações durante a campanha.
Ricardo
Mezavila.
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