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quinta-feira, 31 de julho de 2014

Na cavidade da unha (à José Louzeiro)





Sinceramente, algumas pessoas que ocupam cargos públicos já estão para lá de cansativas. O desembargador Siro Darlan, por exemplo, não tem mais o que fazer, e nem competência para julgar. Chega uma hora em que as coisas precisam andar para frente e desemperrar as oligarquias enferrujadas. O judiciário brasileiro é arcaico e moroso, parece um ancião de sandálias, no banheiro, procurando mijar dentro do vaso. Tudo bem, no passado o vaso era maior e as necessidades menores, mas hoje a incontinência sobrevive na senilidade judicial, na deterioração da capacidade de observar o óbvio.


Se mudarmos o foco para o sistema penitenciário, vamos enxergar uma sucessão de equívocos. Não há como recuperar uma alma sequer com as ferramentas que a justiça utiliza. Se existe o erro que ele seja punido, mas que se tente ressocializar o errado. O sistema brasileiro prende, pune, mas não reeduca. O criminoso sai da prisão cumprindo algumas frações da pena e retorna para a sociedade para praticar o mesmo delito, quer dizer, o mesmo e outros que aprendeu na escola do crime durante o período em que esteve detido.


Se tem uma arma que temos que aprender a usar, já que estamos no limite de nossas paciências, essa arma é a unha. Assim como aquele tigre enjaulado que o menino perturbou, temos que usar nossas armas, nossos dentes para morder as cordas que nos prendem e nossas unhas para ferir de morte aqueles que nos mantém nas mordaças.


Chega de pseudos subprodutos de ativistas midiáticos, de alcunhas laçadas nos repertórios ricos de nossos autores literários; precisamos de tocar a pele do vizinho, de sentar na mesa do colega que trabalha do nosso lado, do passageiro que aguarda o atraso da condução na madrugada. A hora de tomar as rédeas é agora, no máximo depois da última curva, porque na reta ninguém, por mais esperto e rápido que seja, pode nos alcançar.


Ricardo Mezavila.

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