O
melhor jogador de futebol de todos os tempos está morto e enterrado desde 1977,
ano de sua última participação dentro dos gramados, depois disso somente o Sr.
Edson vem se manifestando e polemizando com suas opiniões ora sensatas, ora esdrúxulas.
Isso é comum a qualquer pessoa que tenha acesso à mídia, principalmente alguém
com a envergadura do maior atleta do século XX, que tem voltado para si toda a
atenção da imprensa mundial.
Em
tese, o Sr. Edson não é nenhuma autoridade em assuntos sociológicos e políticos,
tão pouco entende de engenharia, urbanismo e economia. Como qualquer outra
pessoa leiga que saiba distinguir um aeroporto de uma rodoviária, ele emite
suas opiniões de acordo com o que vê, faz do simplismo a sua base para comentários
evasivos e desprovidos de conteúdo técnico.
A
figura do craque ainda pode ser enxergada quando olhamos o empresário da copa
no Brasil discorrer sobre a organização para o evento; quando as lentes
projetam a imagem do rei, percebemos que ele não está só mais nu, ele também
está sem pernas, sem braços, sem coração. A coroa é uma fumaça indefinida que
fica girando sobre sua cabeça, como um vulcão expelindo fogo inimigo.
Acho
que o Sr. Edson, já que não vive mais sob os auspícios do monarca do futebol,
devia reconhecer que é um mortal como qualquer um, é um plebeu como os
trabalhadores são; devia se desculpar com os filhos dos operários que perdem a
vida para que as obras do seu reino sejam confortáveis e dignas para a prática
daquilo que o conduziu ao trono. Um rei não pode falar o que quiser, senão
corre o risco de virar o bobo.
A
copa e o dinheiro passarão, mas a capacidade de nos indignarmos não passará. Os
estádios ficarão como monumentos ao desperdício, à corrupção, à falta de
administração pública, mas jamais será a imagem do “deus” diante do qual o povo
vai se ajoelhar. Não basta mostrar ao
mundo que nossos aeroportos funcionam, temos que fazer e mostrar aos nossos
nativos que escolas, hospitais, transportes, segurança e saúde também
funcionam.
Não está na constituição que o governo deve
priorizar os visitantes em detrimento do seu próprio povo!
Ricardo Mezavila.
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