Ou tem alguma coisa errada nos
valores éticos, ou estou ficando moralista ou burro e, moralista eu sei que não
sou. Este final de semana foi marcado pelas provas do ENEM, que equivale aos
sonhos de uma geração de poder entrar na universidade, construir uma carreira
que seja digna e, ao mesmo tempo, útil para sua vida profissional e para toda a
sociedade. Andei pelas ruas e vi a pressa dos meninos em chegar a tempo no
local da prova, alguns pais ajudavam na
tarefa de carregar o futuro nas mochilas.
O Brasil é um país onde sonhar
custa caro, como se sonhar não fosse propriedade privada livre de impostos. O
governo, com suas políticas empobrecidas socialmente onera a vida dos humildes
impondo sacrifícios que, em qualquer outra circunstancia, não teriam a carga e
o peso que tem sobre os ombros da juventude.
Em Santa Catarina uma jovem
leiloa a sua virgindade e vira celebridade. A menina, vítima da educação que
lhe foi oferecida, recriou uma das barbáries medievais quando o “cabaço” era moeda
de troca entre famílias e a mulher era tratada como mercadoria. No Irã mulheres
são colocadas nas vitrines para leilão, nesse caso quando os homens descobrem
que elas não são mais virgens.
A virgindade esteve presente na
história como moeda em troca de bens, terras e prestígio. A igreja apoiava e, devia levar algum, pois
prega o celibato antes do casamento. Evoluindo no tempo, a virgindade foi
bandeira nas conquistas pelos direitos das mulheres na sociedade.
Os pais da moça, apesar de não
concordarem, afirmaram que apoiam a decisão da filha. Outros que defendem a
estudante argumentam que a virgindade deixou de ser tabu e que, por isso, não
há nada de errado no modo como a pessoa decide fazer sexo pela primeira vez.
Errado ou certo? Tanto faz a resposta,
mas fico imaginando a comunidade internacional estereotipando o nosso
comportamento, que já tem o carimbo do turismo sexual. A jovem que negociou a
virgindade, um japonês deu o lance máximo, será estrela de um evento de moda no
Rio ao lado do ator Rodrigo Lombardi que, ironicamente, participa de uma novela
onde o tema do tráfico de pessoas e a escravidão sexual são abordados como
denúncia. A direção do evento disse que a participação da mulher mercadoria é uma “ode à liberdade”. É, eu sou burro!
Ricardo Mezavila
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