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sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Parei em "Have in All"

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Acho que, por estar sem beber, as coisas que eu faço, nos lugares que fazia bebendo, ficaram diferentes. Alguns assuntos ficaram mais claros e outros nem tanto. As pessoas não se importam com a minha garrafa de água e continuam filosofando como se eu estivesse entendendo. Já aconteceu, alguns anos antes, de um bêbado conversar comigo e, por mais que eu me esforçasse, não entendia o que ele dizia. Lá pelas tantas, depois de “várias”, comecei a entender e essa foi a senha para eu parar e ir embora.

De qualquer maneira, mesmo na abstinência, aprendi a me divertir com água e refrigerante. Os lugares ficaram até mais divertidos com a minha percepção mais aguçada para as coisas da noite. Ontem fui a um bar com videokê e foi bem divertido assistir o inacreditável show de ego dos cantores. Havia uma dupla que apelidei de “Os cabeçudos cantores de Crato”. Eles cantaram umas trinta músicas internacionais e, quanto mais eu aplaudia, mais eles cantavam, para desespero dos meus acompanhantes.

Outra dupla de cantantes “The Fat Blonde Sisters”, arrasaram cantando Ana Carolina e Elis Regina. Ao lado da nossa mesa estava a melhor banda, a mais animada “The Boys and Girls From Hells”, o grupo diversificava os gêneros musicais, cantavam samba, rock nacional, forró, com qualidade, preciso registrar aqui o talento da banda; Sem falar a síndrome de Nubia Lafayete, que ocorreu perto de onde a gente estava.

Enquanto cantava uma canção “Os Cabeçudos Cantores de Crato” cantaram a frase:“have in all” (tem em todos) e, mesmo sem entender o que estava cantando, olhou para mim e apontou o dedo, como que querendo passar aquela mensagem. Eu estava sob o efeito da água, ou seja, sem efeito lisérgico, por isso entendi a relevância do gesto e fiquei a tentar desvendar o mistério da mensagem transmitida pela grande cabeça cratense.

Falando de abstinência e mensagens, é oportuno lembrar que Buda, por seis anos, manteve uma vida de austeridade e seguiu os maiores mestres da Índia da época, estudando e aplicando seus métodos. Apesar do esforço, não encontrou a resposta para alcançar a completa liberdade do sofrimento. Ele seguiu então para Gaia, um vilarejo indiano. Lá, após 49 dias e noites de meditação embaixo de uma árvore, alcançou o estado iluminado. Vai ver alguém passou e disse: “tem em todos” para Buda, que entendeu a mensagem e descobriu o que buscava em si mesmo.

Ricardo Mezavila

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