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terça-feira, 20 de dezembro de 2011

E o final, afinal?




No fundo, todos gostamos de ouvir um pouco, nem que seja um pouquinho, sobre a vida alheia. Deixando o moralismo, vamos assumir que uma boa historinha prende a atenção. Ouvir sobre o que acontece com o outro dá a possibilidade de repensar sobre o que temos feito. Quando coloco todo o mundo no mesmo ‘barco”, estou me referindo a nós, seres humanos.

Não estou falando da fofoca, que consiste no ato de fazer afirmações não baseadas em fatos concretos, especulando em relação à vida alheia. Mas sim de uma história com tempero carregado de fortes condimentos, que prenda a atenção. Como assistir a um filme, novela.

Ontem parei por uns instantes de realizar minha tarefa, quando ouvi vindo do rádio de um carro estacionado embaixo do meu local de trabalho, um locutor lendo uma carta que uma jovem havia enviado para o programa. Ela, órfã, foi criada pela avó, viúva. Com vinte e quatro anos nunca trabalhou, a pensão da avó era suficiente para o sustento e provimento das duas. Acontece que de uns meses para cá, relata o locutor, sua avó de sessenta e oito anos iniciou um romance com um rapaz trinta e cinco anos mais novo, seu professor de dança na academia. Se tudo ia mal, piorou quando ela colocou o rapaz dentro de casa. Ele parou de trabalhar e fica o dia inteiro em casa assistindo televisão. Além de tudo isso, de uns tempos para cá, começou a dar em cima da jovem, que contou para avó, mas esta, apaixonada, disse que era um absurdo, que a neta mentia. A jovem então decidiu por tomar uma providencia drástica (a voz do locutor subiu de tom). Uma tarde estava na cozinha cortando carne em bifes para o almoço quando o professor a chamou para ir até o quarto (vinheta de suspense); ela enxugou o suor da testa, olhou para a faca afiada em suas mãos e.......ops!!! O restante da carta eu não ouvi, só o arranque do motor do carro dando a partida.

Desculpe se agucei algum sentimento íntimo reprimido dentro de você, mas também fiquei com a sensação do inacabado. Uma história sem um fim é como um coito interrompido, um cozido na panela aquecido, aguardando o botijão de gás. O que teria acontecido naquela casa? Pensei isso e voltei ao trabalho e a minha, graças a Deus, vida temperada só com sal, alho e cebola.

Ricardo Mezavila

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