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sábado, 19 de novembro de 2011

Douta Ignorância




Um dos maiores filósofos humanistas participou da transição do pensamento medieval para o Renascimento, e também teólogo, Nicolau de Cusa, escreveu a obra A Douta Ignorância, em que sustenta que ignorante é aquele que se elevou a um nível de reflexão que é capaz de reconhecer os limites e a imperfeição do próprio conhecimento. É o saber que não sabe.

Para Nicolau Deus é transcendente e impossível de ser conhecido. Isso lhe rendeu algumas rusgas com a igreja. “Para poder encontrar o verdadeiro conhecimento, tem que se separar das características das coisas e encontrar a essência das coisas. E tem-se que buscar o que faz a coisa ser o que é, desprendendo-se de tudo o que não o faz único, para encontrar a qualidade ou categoria essencial. O que permite encontrar a qualidade no pequeno limite”.

“O intelecto deseja saber. Todavia, o desejo natural não o leva a conhecer a essência de um Deus que lhe é afim, mas a conhecer um Deus tão grande que não existe nenhum limite para a sua grandeza. Por isso, Deus é maior do que qualquer conceito e do que tudo o que a mente humana pode conhecer. O intelecto não ficaria satisfeito consigo mesmo se tivesse uma imagem do seu criador tão pequena e imperfeita que pudesse tornar-se cada vez maior e mais perfeita. O criador certamente é sempre maior do que toda coisa compreensível e cognoscível, mesmo se esta tiver uma perfeição infinita e incompreensível. Os filósofos caçadores, esforçando-se em caçar a essência das coisas, ignorando aquela de Deus, e em tornar conhecida à essência de Deus que permanece sempre desconhecida, se esforçam inutilmente, porque não entram no campo da douta ignorância”.

Sócrates percorria por esta tendência: “Sei que nada sei”. A única prisão a qual o homem pode ser condenado perpetuamente, está localizada no pseudoconhecimento e arrogância acerca do que ele pensa que sabe.

Ricardo Mezavila

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