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segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Por um mundo melhor


  
Pegando onda nas apresentações de grandes artistas do cenário pop musical ao Brasil nos últimos anos, vou fazer um cut back, (manobra em que o surfista volta na direção contrária da onda e depois retorna na direção normal.) e vou fazer um flash sobre o primeiro grande evento musical realizado no Brasil em mil novecentos e oitenta e cinco : o Rock in Rio.

Lamento não ter guardado o ingresso que adquiri para o último dia do evento em vinte de janeiro. É preciso manter um acervo de objetos pessoais importantes para mostrar aos filhos e netos.

Foram dez dias de música e quase dez de chuva. Não lembro se foi pelo mau tempo, mas os organizadores liberavam os portões quando iniciava a apresentação dos cantores estrangeiros. As bandas e cantores nacionais abriam os dias do festival e as internacionais encerravam. Sabendo disso, fui para conferir se era autêntica a informação que tive sobre a “canja” que os organizadores estavam dando. Chegando à cidade do rock fiquei surpreso em perceber que os portões estavam abertos e lá dentro, sob forte chuva, um inglês rouco pulando muito no palco cantava: “I am sailing, stormy waters,to be near you, to be free”  fui entrando  meio desconfiado e de repente estava frente ao palco onde Rod Stewart fazia um show memorável. Dia seguinte fui para confirmar se aquilo havia acontecido mesmo e assisti a um depressivo James Taylor cantando“ I've seen fire and I've seen rain, I've seen sunny days that I thought would never end “ o cantor lutava, na época, contra as drogas. Antes  George Benson fez todo mundo dançar com On Broadway. Mil novecentos e oitenta e cinco era o “Ano Mundial da Juventude” proclamado pela ONU. No cinema, a Rosa Púrpura do Cairo;, De volta para o futuro; A dama de vermelho; O exterminador do futuro faziam grande sucesso. A ditadura militar no Brasil estava chegando ao fim, o país respirava democracia e tinha esperanças no governo do então presidente eleito Tancredo Neves, que tomaria posse em março, o que não aconteceu devido à sua doença e posterior falecimento em vinte e um de abril.

Depois dos dois dias de “gratuidade”, só pude retornar à cidade do rock no penúltimo dia e assisti aos incríveis shows das bandas Whitesnake, Scorpions e  AC/DC , além do totalmente absurdo e bizarro Ozzy Osbourne.

Talvez por ter ido aos shows sem precisar do ingresso para assisti-los, eu tenha minimizado a importância de tê-lo comprado e, talvez, não lembro, tenha jogado o meu fora quando fui ao último dia do festival. É claro que eu fui para ver o “Yes”. O domingo estava ensolarado, o clima era de festa na cidade do rock. Erasmo Carlos, Barão Vermelho,  Gilberto Gil e Blitz encerraram a participação dos brasileiros. Depois de alguns minutos subiu ao palco uma excêntrica figura: Nina Hagen, uma alemã, barulhenta e muito divertida que colocou todo mundo pra dançar. Em seguida tive a grata surpresa de assistir ao show new wave da ótima banda B-52’s. Mas o fim do festival estava reservado para os roqueiros, como eu, que na década de setenta, teve o privilegio de ter como fundo musical o rock progressivo do Yes.
  
Vinte e seis anos se passaram até o recente show de Paul McCartney. Fiquei mais de duas horas na fila para entrar, mas desta vez fui cauteloso e tive o cuidado de guardar o ingresso.

* Por um mundo melhor foi o slogan criado para o rock in rio

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