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quarta-feira, 1 de maio de 2019

"Esse é o Botafogo que eu gosto..."



Nunca comprei ingresso para ver um show individual de Beth Carvalho, falta de oportunidade mesmo, mas talvez seja a artista que mais vi no palco.

Beth Carvalho é patrimônio da genuína cultura brasileira, fez renascer o samba de raiz, dando voz aos sambistas compositores, os esquecidos e os anônimos.


Devolveu Cartola ao lugar de onde nunca devia ter saído, fez sorrir o sisudo Nelson Cavaquinho, levou o mundo para debaixo da tamarineira, no rufar dos tambores do Cacique de Ramos.

Essa Beth que nunca paguei para ver cantar, era a mesma que vi várias vezes dentro de botequins, pandeiro e cavaquinho nas mãos e cerveja no copo.

Chamar Beth de rainha é pouco, a nobreza é fútil e ela era a maior das plebeias do reino, aquela que o povo admira, aplaude e quer sempre que esteja por perto,

Não paguei para ver Beth Carvalho, mas torcemos pelo Botafogo no Maracanã ao som de "vou festejar"; cantamos "Andança" nos palanques da Candelária à Cinelândia, caminhamos pelas avenidas por Diretas, já!

Beth Carvalho, que admirava Leonel Brizola, Fidel Castro e Hugo Chavéz; que sempre apoiou Lula e cantou o jingle "Lula Lá", que fez campanha para Dilma, também apoiava o Movimento dos Trabalhadores sem Terra.

O samba perde a sua "Madrinha", o Brasil perde a artista, a ativista, a voz que nunca calou contra as injustiças e que soou até em Marte.

Nunca comprei ingresso para ver um show individual de Beth Carvalho, mas sua presença de palco arrebentava com as roletas, seus shows expandiam para além das bilheterias e chegavam até as praças de carona no vento da liberdade, que assobia incansavelmente, "Lula Livre."

Ricardo Mezavila.

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