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terça-feira, 28 de junho de 2016

‘burriçe ou burrisse?’



Vivemos a era do espetáculo da ‘burrice’, com todo respeito ao quadrúpede, mas nos transformamos, pejorativamente, em palhaços de nós mesmos, algozes de nossas línguas, patifes de nossas sombras. Aconselho aos pais que corram, o mais rápido que puderem, e controlem o tempo que seus filhos se debruçam sobre a Internet. É temerário o conteúdo exposto, é como admirar um museu de crimes, uma exposição de ossos.

A fanfarra de desconexões linguísticas e semânticas ultrapassa o limite seguro da confusão contextual.  O que um padre diz no Brasil, por exemplo, pode ser atribuído a uma eminência parda de uma religião xiita no Oriente Médio. Os laços estão misturados em nós, em emendas grosseiras e cortantes, como lâminas.

No circo dos absurdos o picadeiro é palanque para gente de todas as espécies, discursos aleatórios, alienígenas, recheados de ódio e preconceito. Estamos prestes a substituir a liberdade das asas do conhecimento, pela corda da forca da massificação ‘midiota’.

A invasão da fatuidade está em ascensão preocupante e é uma ameaça ao bom senso, a inocência e ao direito de justiça. A capacidade de raciocínio esta cedendo espaço para a simples reprodução visual e sonora; o sentido amplo engoliu o restrito como semente de tomate; as tribos estão todas com o mesmo corte de cabelo e usam as mesmas gírias.

No espetáculo da (burriçe ou burrissse?), os espaços são ocupados por quem consegue chegar primeiro, ser mais esperto e colocar mais armadilhas. O conceito fundamental de matéria permanece isento, se um corpo estiver ocupando um lugar, o lugar é dele de direito, mas nem sempre de fato.

A matéria é inerte até que uma força aja sobre ela. Como era a bola na marca do pênalti, antes que Lionel Messi a chutasse por sobre o travessão do goleiro chileno. Por mais compacta que pareça, toda matéria é descontínua, existem espaços entre uma molécula e outra, esses espaços podem ser maiores ou menores, tornando a matéria mais ou menos dura.

Chequem seus cintos, amarrem seus cadarços, testem os freios, porque vai ser preciso uma freada nessa corrida destrambelhada que se tornou a informação instantânea.

Ricardo Mezavila









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