Pode entrar,o Blog é seu! Welcome to Blog! Since 30 july 2011

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

G.R.E.S. Manifestantes de Rua






Eles desfilam pelas ruas do centro da cidade e dividem-se em alas: mascarados, black bloc, vândalos, pixadores, baderneiros, anônimos e liberais. Fiéis ao enredo, repetem sempre o último desfile. Por onde passam as vidraças quebram de emoção, o patrimônio público é exaltado com palavras de ordem escritas nas paredes, serpentinas de pedras cobrem bancos e lojas, confetes de concreto e metal voam pelas esquinas em cima dos foliões fardados. Abrem o desfile as categorias de trabalhadores, passam pela avenida iluminada cantando refrões, carregam cartazes alegóricos com frases de efeito. São eles que não deixam o samba morrer, são os autênticos donos da festa. Há quem sinta saudade dos antigos carnavais, daquele tempo que não volta mais. A sensação é de que as coisas eram mais organizadas, a comunidade prevalecia, turistas eram minoria. Hoje o que vemos são estrangeiros infiltrados atravessando o ritmo. Não conhecem o samba e ficam abrindo a boca para disfarçar ou gritam em um idioma desconhecido. A escola não evolui porque a bateria não ensaia, cada um toca o que quer e quando quer. A harmonia do desfile é lenda urbana, todo mundo sabe que existe, mas nunca alguém viu. O que não muda é o perfume que vem dos camarotes. A elite governamental assiste a tudo do alto do seu desgoverno, influenciam nas notas dos quesitos, favorecendo os jurados com um benefício aqui e outro ali, e eles votam na escola preferida do contraventor oficial. Tem muito gringo nesse samba! A verdadeira raiz das manifestações precisa tomar, definitivamente, a bandeira da mão dos falsos passistas. O povo, como sempre, se aglomera nos lugares mais baratos ou assiste de casa pela televisão, que capta o que interessa para esvaziar ainda mais o nosso já tão desmanchado carnaval. Chegou a hora, não podemos mais aceitar o argumento, nem deixar que o samba seja alterado tanto assim. A nossa rapaziada está sentindo a falta de um cavaco, de um pandeiro e de um tamborim.

Ricardo Mezavila.

Nenhum comentário:

Postar um comentário